terça-feira, 13 de outubro de 2009

I'm Just a Kid and Life is a Nightmare


Desculpem, estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo de postar o que eu havia prometido. Ontem foi dia das crianças e eu passei o dia quase inteiro na praia. O bar que eu fiquei estava cheio, mas quase não tinha crianças. Era dia das crianças e provavelmente todas elas estavam no cinema. Só os dois irmãos que eu encontrei brincavam alegremente na areia enquanto sua mãe reclamava da sujeira em que eles se encontravam.

Quando eu era pequeno, o dia da criança só não era mais esperado do que o natal e o meu aniversário. Não porque eu ganhava muitos presentes, mas sim porque a gente sempre fazia um passeio. Na minha infância eu não estava preocupado em ganhar os melhores ou os mais caros presentes. Tudo o que eu queria era passear e poder brincar ao ar livre, sujar-me todo e ver minha mãe rindo. Isso era dia das crianças e eu era uma criança de verdade.

Na minha época, não que eu seja muito velho, a gente brincava na rua o quanto quiséssemos sem se preocupar com nada. Só parávamos pra ir à escola, agora, até a escola mudou. Nos recreios nós brincávamos de pega-pega, esconde-esconde, polícia e ladrão. Muita criança hoje em dia não deve nem saber o que é isso. Os meninos só jogam futebol e as meninas se reúnem pra ficar fofocando. Época boa foi a nossa em que as meninas brincavam com os meninos e nós só percebíamos que elas não eram meninos de cabelo grande muito depois. Éramos iguais e ninguém morria por causa disso.

Eu estudava pela tarde e já chegava da escola correndo pra assistir Disney Cruj. Ali sim tinha desenhos legais. Poucos dos desenhos de hoje em dia são tão bons quanto os que eu assistia. Até mesmo os primeiros Power Rangers eram mais legais. Eu tenho pena das crianças que chegam em casa correndo para assistir malhação, comer, isso quando não come na frente da TV, e depois assistir mais um batalhão de novelas antes de dormir.


Cruj,cruj,cruj,tchau.

Lembro do primeiro vídeo game que eu ganhei. Tinha mais ou menos uns seis anos e nós morávamos na casa da minha avó na época. Ele nem se comparava com o Super Nintendo ou o Mega Drive. Fita eu só tinha uma com vários jogos, mas mesmo assim eu jogava feliz. Joguei muito pouco, tanto é que eu nunca cheguei a acabar nenhum dos jogos. Doeu quando eu tive que trocá-lo pelo Nintendo 64, demorou bastante pra que eu me acostumasse. Hoje não. O vídeo game é só mais um brinquedo descartável, assim que você ganha um novo o outro já está ultrapassado. Os momentos que vocês passaram juntos nem são lembrados. Um amigo do meu irmão mesmo tem mais vídeo games do que as mãos dele podem jogar.


Você conhece o Mário? Aqueles das fases aquáticas.

E o primeiro beijo? A gente dava brincando de salada mista ou no verdade ou conseqüência, mas mesmo assim muito diferente do que se acontece com as crianças de hoje. Era tudo planejado. A gente beijava a menina que gostava e só. No verdade ou conseqüência a gente aproveitava pra pedi-la em namoro. Namorar naquela época era brincar mais com aquela pessoa e escrever cartinhas tímidas. Semana passada eu escutei duas meninas, aparentando ter seus doze anos, conversando sobre meninos. Uma delas dizia que se “ele” não pedisse ela em namoro antes, ela ia assumir que estava ficando com o “outro”. Até mesmo pra mim, que tenho a cabeça bastante aberta, aquilo foi um choque. Não é uma coisa que você está acostumado a escutar, mesmo tendo vivido bastante.

Nem era tão gostoso assim.


Hoje os shoppings estão cada vez mais cheios. Pode ir pra um e olhar pro lado, com certeza tem um monte de criança metido a adulto. Você olha pra baixo, porque nem tamanho eles tem, e vê meninos metidos a maloqueiro e meninas parecendo bonecas barbies. As meninas saem cheias de maquiagem pra fazer compras, enquanto os meninos saem pra zoar com a galera. Se sentem adultos. De quem é a culpa? Nossa. Eles dizem aos pais para deixarem os filhos tomar suas decisões, mas sem a ajuda dos pais, os filhos tomam as decisões pela maioria. Eles não têm mais identidade. Estão só seguindo o “cabeça” do grupo. Ninguém consegue enxergar que animais fazem isso? Concordo que somos animais, mas somos racionais e temos nossa identidade.

Foi-se embora aquela inocência. As crianças de hoje talvez nem sejam tão saudosistas como nós. Pelo menos, eu não teria saudades de uma infância assim. À minha geração eu digo: é melhor a gente mudar o mundo agora do que deixar o futuro nas mãos deles.

O mundo seguiu adiante enquanto eu brincava na lama.

6 comentários:

Anônimo disse...

As crianças perderam a sua identidade com certeza.
Tornaram-se adolescentes precoces e esqueceram as bonecas e os carrinhos de lado.

Os brinquedos e os desenhos de antigamente também nem se comparam aos de hoje em dia.
Ontem eu estava lembrando de Doug, o fantástico mundo de bob, denis, o pimentinha, chiquititas e tantas outras coisas que a gente adorava assistir, mas que não passam mais na TV.

Antigamente era tudo mais educativo. Brinquedos educativos, programas educativos, mas e agora? Os jogos de luta ensinam o que? E esses desenhos de monstros e de violência.

Ôh infância perdida essa.
Definitivamente, eu não queria pertencer a essa novageração.

Pekena disse...

Com certeza tudo mudou e muito! vejo meu irmão, ele nem chega a ter 10 anos e sab oq pediu a minha mae? quer um celular? nessa idade eu nem sonava com um!!e se sonhasse pra quem eu ia ligar? mas no colegio é comum ver as "menininhas" com celulares melhores que o meu! o q o pai delas tem na cabeça? dá logo uma barbie e diz pra ela ir bincar d casinha com a vizinha! isso é infancia!
adorei o post!

Projeto de Arquiteta disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Projeto de Arquiteta disse...

Pode crer, sinto saudades da minha época de criança... é engraçado como correr até botar os bofes pra fora podia ser tão divertido... sem falar nas guerras de lama ou cair com biscicleta e tudo dentro da piscina...
Essa nova geração nem sabe mais o que é brincar... minha prima, desde os cinco anos de idade fala em beijar meninos e em namorar... putz, com essa idade eu não sabia nem o que era isso @_@
Sinceramente, aqueles arremedos de gente se achando "os adultos" no shopping me dão muita agonia. Da vontade de gritar: VÃO SER CRIANÇAS! Cara, você não sabe as conversas que eu escuto daquelas pirralhas nos banheiros femininos... Meu Deus, este mundo está perdido.

Larissa disse...

Gostei da crítica...

Anônimo disse...

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