A adrenalina tomava conta do corpo inteiro e os músculos enrijeciam preparando-se para a fuga que não poderia realizar. Os instintos animais despertaram ao mesmo tempo, podia escutar o coração bombeando sangue freneticamente. Tinha consciência de tudo ao seu redor, os instintos avisando-o do perigo. O cérebro reconhecia a ameaça iminente. Não adiantaria reagir, não havia nada que pudesse salvá-lo. Ansiedade. O tempo já não mais passava. Calafrio. Converteu-se e fez promessas pra sair dali vivo. Medo. Teve os pensamentos interrompidos enquanto fechava acordo com Santo Expedito:
- Bora, bora! Tá se fazendo de doido, é?
- Hã? - porque nessas horas a gente sempre espera que não tenha sido com a gente.
- Rapaz, to perdendo a paciência com você! - deu lhe um tapa na cara pra que ajeitasse as ideias.- Bora logo! Tá me tirando, é? - outro tapa.- Isso daqui né palhaçada não!
- Calma, calm... - foi interrompido por um terceiro tapa, a bochecha já indicando que ficaria inchada.
- EU TO CALMA! VOCÊ AINDA NÃO VIU NADA! Acabou a gracinha, vou contar até cinco pra você me explicar quem é a vagabunda e porque tem mensagem dela no seu celular.
- Mas...
- UM!
*
Nunca desejou tanto ter seu celular roubado.