sábado, 30 de janeiro de 2010

Dúvida

O post sobre ressaca fica pra mais tarde, por enquanto, gostaria que vocês me tirassem uma dúvida.

É impressão minha ou o número de aprovados pelas 4 maiores escolas em medicina na UFS supera o número de vagas? Alguém, por favor, poderia me explicar?

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Renda Extra

De uns tempos para cá, a coisa que mais fiz foi tentar arrumar um estágio ou alguma coisa para fazer e que me rendesse um dinheirinho. Desde antes de viajar para os EUA, já tinha começado a procurar anúncios de emprego no Cinform. Como estava prestes a viajar, acabei sem ir atrás de nenhum dos que tinha escolhido. Essa semana, achei anúncios que me chamaram a atenção.

Todos os três eram bastante parecidos. Diziam basicamente a mesma coisa: empresa multinacional blá blá blá não precisa de experiência blá blá blá damos treinamento blá blá blá ganhos entre R$500 e R$1500 blá blá blá parcial/integral blá blá blá não precisa ter grau de escolaridade. Resumindo, eu ganharia uma boa grana, poderia continuar meus estudos tranquilamente e ainda poderia trabalhar em casa. Agora eu pergunto a vocês: onde no mundo qualquer analfabeto ganha essa grana pra trabalhar com esse conforto?

Vocês devem estar pensando que está será mais uma das minhas críticas a sociedade e coisa e tal. E não é que vocês erraram? Não sei o que me ocorreu na hora, mas resolvi arriscar. Eram três empresas, três anúncios. Acreditei que pelo menos uma delas teria algo sério. Liguei para os três números e em todos eles disseram que a empresa faria uma entrevista naquela mesma tarde. Eram três endereços e horários diferentes. Dois eram no centro da cidade e tinham horários parecidos. Resolvi optar pelo que era mais cedo.

Uma hora da tarde eu comecei a me arrumar. Fiz a barba e todos os chabiscos pra ficar apresentável, botei uma roupa legalzinha e me mandei pro centro. O endereço era de um prédio bem antigo. Minha mãe até ficou um pouco preocupada achando que poderia ser uma cilada. Como eu sou macaco velho e já estava com um pé atrás, resolvi perguntar na portaria do edifício, se o porteiro sabia qual era a multinacional e se ele sabia de alguma reunião que iria acontecer no 4º andar. Sabe aquela sensação de ficha caindo? É, foi bem essa que eu senti quando o porteiro falou que a empresa era uma tal de "Ervalife". Tinha certeza de que seria a maior furada que eu poderia entrar, mas já estava lá e o flanelinha iria me cobrar um real do mesmo jeito. Resolvi ficar e subir.

Cheguei um pouco mais cedo do que o horário previsto e tive que esperar. Tinham vários murais com diversas fotos presas. Eram fotos "antes-e-depois". Algumas delas eram de pessoas em eventos da empresa. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de chá que o pessoal responsável pela reunião tomou nos 10 minutinhos que esperei. Pode rodar todos os bares de Aracaju que você não vai encontrar alguém que beba tanta cerveja como aquelas pessoas beberam chá. Na rua, um cara gritava que tinha mp12 e mp15 (Vou abrir um parêntese aqui, mas é rapidinho. O que diabos é um mp15? Como é que arrumam tanta função pra colocar enssas coisas? Deve fazer uma torrada deliciosa e um suco de laranja divino...).

Aqui começa uma das mais engraçadas tardes da minha vida. Pra começar, a mulher que iria falar sobre a Herbalife tinha um sotaque bem diferente. Era uma mistura de Pateta com Lampião. Fora que ela falava com a gente como se fôssemos da pré-escola. Pra falar a verdade, ela me fez lembrar de uma professora que eu tive, mas isso não é muito relevante. Ela contou a história dela e tudo mais, além de usar uma apresentação feita no power point para falar da empresa. Tirando o fato dela falar errado, que eu vou descontar só porque todas as outras pessoas que falaram depois dela também falavam errado, a apresentação foi tragicômica. A apresentação foi bem trash e os slides eram quase impossíveis de serem lidos (letra vermelha no fundo roxo ou vermelha no fundo azul). Ainda por cima, ela simplesmente leu slide por slide. Era melhor terem feito um panfleto. Ah, não vamos esquecer do litro de chá que ela tomou durante a explicação.

Em um dado momento, ela chamou algumas pessoas que já faziam parte da empresa para dar os seus depoimentos, aí eu fui ao delírio. Primeiro que aquele pessoal contando suas histórias e dizendo que, depois que o Herbalife tinha entrado na vida delas, elas já estavam a tanto tempo sem isso e aquilo, deu um ar de AA àquilo tudo. Segundo que após cada depoimento o pessoal batia palmas e dava uns gritos, isso deu um ar de Igreja Universal. Terceiro que em um dos depoimentos a pessoa terminou dizendo que, graças à Deus, ninguém na sala estava devendo dinheiro e o cara do meu lado disse que devia... e muito.

Das pessoas que estavam lá, fui o único que resolveu não correr o risco de ficar milionário e viajar o mundo inteiro só vendendo Herbalife. Querem saber o por quê? Dos que estavam ali, eu era o único que não estava desesperado e o único que tinha informação. Provavelmente, só eu sabia que a Herbalife é um bom produto, mas que existem outros tão bons quanto e mais barato. Provavelmente, só eu sabia que quanto mais gente aparece pra ser vendedor da Herbalife, menos gente tem pra comprar. Provavelmente, só eu sabia que aquilo era um esquema de pirâmide. Provavelmente, só eu não tinha os R$ 150 em mãos para fazer o cadastro na hora.

Fui embora sem nem olhar pra trás. Na rua, o cara ainda me ofereceu um mp15. Liguei para os outros números que tinha visto no jornal e descobri que todos eles eram da Herbalife. Bem que eu tinha desconfiado da quantidade de multinacionais em Sergipe. Agora parem e pensem comigo: se você vende um produto, pra que caralhos você vai chamar mais gente pra ser seu concorrente? Se você bom vender essa porcaria, o pessoal vendia calado. Ninguém corre o risco de se arrebentar na vida pra dar aos outros oportunidade não. Fora que esse shake que eles vendem é mó enrolação, ele dá sensação de estômago cheio porque ele é composto de ar. Você literalmente abre a boca pra comer vento. Sem falar do chá que deve conter alguma substância alucinógena dentro. Pelo menos o flanelinha não estava lá na hora que eu fui embora. Obrigado Herbalife.

P.S.: Deu pena de um casal lá que disse que vendia cd pirata e ganhavam, juntos, um pouco mais que um salário mínimo. Eles pagaram R$300 pra se lascar mais na vida, maaaaas a vida é isso.
P.S².: Amanhã tenho um post sobre bebidas e ressaca preparados para vocês, não deixem de conferir.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

A Triste História de Serginho

Serginho é um adolescente normal e que desde pequeno gostava das micaretas da sua cidade, mas sua mãe nunca o deixara ir. Todos os anos era a mesma coisa, Serginho pedia e a mãe negava, Serginho pedia e a mãe negava, até que, um dia, ela deixou.

Saiu de casa todo serelepe com o seu abadá da Ivete. Encontrou com os amigos e foram pra avenida. Serginho já tinha sido instruído na arte da paquera, era menino novo, mas sabia o que falar e a hora pra falar, só faltava ver se a prática seria igual à teoria.

Pegou na mão da primeira e nada, ela nem olhou pro pobre rapaz.
Pegou na mão da segunda e nada, ela nem se virou pra conversar.
Tentou beijar a terceira e nada, ela ainda disse pra amiga que odiava homem que nem parava pra conversar.
Dançou com a quarta e nada, ela ainda saiu reclamando que ele nem puxou assunto enquanto dançavam.

É, Serginho, é duro ser mudinho.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Culpa

Hoje fiz algo que até agora está fazendo a minha consciência pesar. Se não colocar isso para fora, não sei nem se vou conseguir dormir. Minha irmã deve estar me odiando por isso e ela está certíssima. Não sei onde estava com a cabeça e nem sei o que fazer agora para me redimir. Estou até pensando em virar evangélico para pagar pelos meus pecados.

O crime que cometi é muito grave. Isso deverá comprometer o ritmo das postagens aqui no blog e talvez eu largue um pouco toda essa coisa de internet. Não sei nem como conseguirei viver daqui pra frente. Penso até em suicídio.

Antes de fazer qualquer besteira, gostaria de dizer aos meus pais que os amo muito, mas que ver a minha irmãzinha tão amada me odiar porque eu não tive forças para levantar a geladeira é muito doloroso. Afinal, era apenas uma geladeira cheia de comida, se nem disso eu sou capaz, do que serei?

Espero que Deus e vocês entendam a minha decisão. Deixo a minha fraca vida para deixar minha irmã feliz.

E olhem que o dia ainda nem acabou. Cheirinhos ;*

Segunda Insana

Essa semana Deus resolveu me castigar e resolveu tirar uma ondinha. Pra falar a verdade, começou na semana passada, mas vou só falar de ontem pra vocês terem uma noção.

Não sei se já falei aqui, mas estou fazendo curso de verão. Duas matérias ainda mais. O que isso quer dizer? Quer dizer que, em teoria, eu tenho oito horas de aula por dia e prova toda semana. Entretanto, vocês conhecem faculdade federal e sabem que a coisa não é lá bem desse jeito. O fato é que, ontem, eu tive prova pela manhã e revisão pra prova que deveria ser hoje, mas não vai. O problema é que não tinha estudado.

Me ligaram no meio da semana passada dizendo que tinham roubado a prova. Eu, como bom cidadão que pago meus impostos e pessoa correta, pedi na hora uma cópia. A sala inteira estava confiante. Eu já estava considerando a possibilidade de média 10 na matéria, mas Deus tinha planos diferentes para mim.

Ontem, acordei relativamente cedo e com uma disposição de fazer inveja a qualquer pedreiro que recebe pela obra e não pelo dia de trabalho. Sentei-me confortavemente na cadeira do pc e relaxei meu bigode ao abrir os meus e-mails. A prova estava lá, só esperando que eu preparasse a minha cola. Em alguns minutos eu tinha uma pedaço de folha pequeno (10cmx10cm). Dobrei-o e guardei-o no meu bolso. Saí de casa descalço porque estava sem o meu chinelo e com preguiça de calçar o tênis. Afinal, pra quê tênis se em no máximo 30 minutos eu estaria de volta?

Dirigi tranquilo até a faculdade, cantando todas as músicas que escutei bem alto. Nada poderia estragar meu dia. Estava muitíssimo enganado.

Cheguei na faculdade e fui para a sala. Quando entrei, notei que tinha algo errado. Ao invés de um professor, tinham dois. Bom, só seria um pouco mais difícil de colar, mas ainda me parecia tudo bem. Só me dei conta da cilada que tinha acabado de entrar quando percebi que a sala estava muito quieta em comparação a prova passada. Foi ai que olhei para um colega e ele me olhou de volta. Ele não estava com cara de que tiraria um dez. Só consegui ler os lábios dele quando ele apontou pra prova e disse "Fodeu". Não foi um "fodeu" qualquer, ele fez questão de soletrar a palavra "F-O-D-E-U". Essas cinco letrinhas acabaram com a minha alegria do mesmo jeito que o terremoto devastou o Haiti. Olhei pra prova dele e vi que a figura era diferente. Olhei pra todas as provas ao meu alcançe e vi que a figura era diferente.

WTF!?!?! CADÊ O DESENHO QUE DEVIA ESTAR ALI?!?!?!LOLOLoLoLoLoLoL

Ainda tive que escutar um professor mais sárcastico do que eu me mandar sentar rápido. Sentei e ele me entregou a prova rindo.

Vou resumir as duas horas de tortura psicológica que passei para que vocês não fiquem entediados. Lembram que o meu amigo disse "fodeu"? É, realmente fodeu. Só tinham três questões. Duas valiam três e uma valia quatro. Fiz as duas que valiam três meio tranquilo, mas a que valia quatro foi impossível para mim. A questão tava tão difícil que eu já escutei quatro resultados diferentes, isso sem contar na menina que não encontrou um resultado numérico. Acho que ela faz letras.

Voltei pra casa rindo. Ou vocês esperavam que voltasse chorando? Bom, cheguei em casa e assisti um filme pra relaxar. Parecia até que não iria mais ter a prova do outro dia. E não é que eu acertei?

Quando cheguei na faculdade pela noite, o professor disse que a prova seria adiada para a próxima segunda e que essa aula teríamos aula normal, inclusive na quinta-feira. Aula pode até ter na quinta, só não vai ter Diego na sala. Essa semana começa o pré-caju e não tem condição nenhuma deu ir pra lá. Nem tanto pela festa...tá, é pela festa, mas é que eu teria um trabalho dos infernos pra chegar em casa depois. Como a aula era de revisão, tirei minhas dúvidas e voltei para casa.

Por um momento eu achei que finalmente eu estaria em paz e que poderia relaxar um pouco na paz do meu lar. Só que, vejam vocês, tenho um primo que está passando uns dias aqui em casa. Além de comer a minha comida, se apossar do meu computador e me tirar a paciência, ele faz faculdade de lerdisse. Ele não fala muito sobre o curso, mas pelo que deu pra perceber ontem, acho que ele já está se formando. Sei que pela descrição parece ser Luan, mas dessa vez não é ele. Esse já tem mestrado em lerdisse e dá aula pra ganhar uns trocados de vez em quando.

Estou eu sentado no pc, quando entra meu irmão correndo no quarto. O moleque não parava de rir. Só consegui entender as palavras "Danilo", "balde de tinta", "chão", "panos brancos" e "rosa". Não sei vocês, mas eu não consegui combinar essas palavras em uma sentença prazerosa e me levantei correndo. Só pensava em uma coisa: não, ele não seria tão incapaz. Quando chego na lavanderia tá lá ele com uma cara de bunda da porra me olhando. Na mão, tinha um pano que, há poucos instantes, era branco. O pano estava rosa. Vamos entender a idiotice que ele fez.

O animal derrubou uma lata de tinta roxa no chão e ficou desesperado. Como sabia que eu arrebentaria os dentes dele com qualquer coisa que estivesse por perto, decidiu que tinha capacidade de resolver sozinho. Pegou panos brancos para limpar. Não foi brilhante? Foi engraçado vê-lo espremer os panos na tentativa de fazê-los voltar a cor original.

O dia foi cansativo ontem e tem sido assim desde que começou o curso de verão. Pelo menos, ganhei da Érica no batalha naval.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Promessas de Fim de Ano

Por que as pessoas fazem aquelas promessas de fim de ano se sabem que não vão cumprir nem a metade dela? O ser humano gosta de se enganar. Dá uma sensação de bem-estar e enche o ego. Quando o ano vira você já está pensando "Ano novo, vida nova. Serei uma pessoa melhor daqui pra frente, vou entrar na academia, fazer as pazes com quem estou brigado, conversar mais com a minha sogra..." e por aí vai. Só eu percebi que o ano só é novo pro calendário?

Vamos pensar aqui comigo. De forma bem simples, o tempo é algo contínuo e retilíneo. Ele teve um começo, está tendo um meio e só Deus sabe se ele terá um fim, mas o tempo não recomeça. Ou seja. Você vai continuar sendo o mesmo zé mané de sempre e os seus credores ainda vão cobrar as suas contas velhas.

Ah, Diego, você tá querendo dizer que eu sou lerdo por fazer uma lista com as coisas que pretendo mudar? Sim, meu caro leitor, você e eu somos retardados ao ponto de prometer coisas que não iremos cumprir. Por exemplo, prometi que iria estudar mais e sair menos esse ano. Bom, preciso mesmo dizer que essa não é a realidade? Porém, estou mais responsável, mais preocupado com as coisas e com mais força de vontade. Não foi bem o que eu prometi, mas foi perto.

Isso não é só para as promessas de fim de ano, mas para as do ano inteiro. Quantas vezes a gente para na frente do espelho, aperta as banhas e pensa "amanhã eu volto a malhar de certeza" dai chega o outro dia e você acorda cansado e dizendo que no dia seguinte você começa. Quando você dá conta de si, o ano terminou e você continua parecendo o logo da michelin.

"É dos roliços que elas gostam"

Ou então, quantas vezes você disse que iria parar de beber/fumar e nunca para? Bom, é difícil largar velhos vícios e hábitos quando você determina que tem que fazer isso dá noite pro dia. Tem que começar aos poucos e ir estabelecendo pequenas metas. Autocontrole é limitado. Se você se prima por muito tempo, quando cair na tentação, vai acabar com uma cirrose ou com um câncer no pulmão. Tomem como exemplo um casal de namorados. Assim que eles terminam, o que acontece? Pegação, em escalas nunca antes imaginadas. A pessoa se controla por tanto tempo que quando estoura, extravasa.

Também prometi que iria começar a escrever mais no blog e que pararia de escrever porcaria por aqui. Como vocês podem perceber, não cumpri nenhuma das duas. Ainda.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Fata Viam Inveniunt

Lisbela tinha um sonho, o sonho de ser feliz.

Nem lembrava mais do dia em que juntara os dois primeiros elos. Agora, já eram 34 no total. Um para cada sonho que ela tinha. A única coisa que sabia era que já estava juntando há bastante tempo. Tanto tempo que já tinha sonhado o suficiente para formar um bracelete.

Dezoito anos, mas com bagagem de vinte. Sabia o que queria da vida e nunca parara de sonhar. Namorou homens de todos os tipos: brancos, negros, pardos, índios, amarelos e coloridos. Viveu aventuras de todos os sabores. Rodou o mundo sem ter saído de casa. Brincou seu riso sem ser incomodada. Tudo isso, sem nunca parar de sonhar. Sonhar para ela era o mais importante.

Ao completar dezenove, sua pulseira já contava com 45 elos. Eram muitos sonhos para pouco espaço, mas Lisbela não se importava. Sonhar trazia alegria para a sua vida. Seus sonhos eram a sua vida. Não sabia o que seria dela sem eles. Contudo, a vida é a melhor professora que se pode ter. Foi ela que mostrou a Lisbela o que seria dela.

Aconteceu antes de sair de casa. Lisbela namorava um colega de faculdade, mas não morria de amores por ele e nem chegaria a morrer. Ela discutia no telefone com ele enquanto se arrumava para mais uma noite de farra com as amigas. Era justamente esse o motivo da discussão. A ligação já estava chegando aos seus doze minutos de duração e parecia que não acabaria até que ela desistisse de sair. Foi enquanto ele falava que o seu bracelete arrebentou. Também, como não arrebentaria? Eles sempre arrebentam no elo mais fraco, no caso dela, no elo do amor.

O mundo calou-se por um instante. No celular, a voz que saia não alcançava os seus ouvidos. Seu Jorge parou de cantar nos autos-falantes do computador, como se respeitasse aquele momento. Lisbela pôde ver os elos caindo bem claramente. Eles foram se separando um a um, até que bateram no chão de forma disforme. Quicaram uma vez...Quicaram uma segunda vez...Quicaram uma última vez...E se aquietaram no chão frio. Ela olhou perplexa para o pulso e viu um único elo. Desligou o celular na hora e saiu correndo.

O mundo voltou a conversar com Lisbela quando ela deixou o celular cair e começou a correr com o elo na mão. Ela não conseguia parar de chorar enquanto corria em direção à lugar nenhum. Chorava de felicidade. Finalmente se libertara do peso que tinha no pulso. Na mão, carregava o único sonho que importava. O sonho de ser livre para correr atrás dos seus sonhos.

Lisbela tinha um sonho, o sonho de ser feliz. Lisbela correu atrás dele até o seu último segundo na face da Terra.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Nomes

Sabe quando você encontra algum conhecido e você sabe quem ele é, mas não lembra o nome? A pessoa sabe o seu, sabe várias histórias e você até lembra de algumas, mas não do nome dela. Também quando lembra, só a chama pelo nome.

Tem gente que vai mais além. Fica com a pessoa e logo em seguida não lembra do nome. Conheço muita gente que tem uma penca de nomes na agenda do celular das pessoas que ela já ficou, mas se botasse metade na frente dela ela não lembraria.

Acontece isso com todo mundo, é normal, só não é saudável. Muitas vezes as pessoas se chateiam, mas depois passa. A não ser que essa pessoa seja mulher e sua ficante/furante/namorada/noiva/esposa. Por sorte, sempre existirão momentos que o farão lembrar do nome dela:

- Odeio quando eu não sei o nome da pessoa, mas já faz tempo o bastante para ficar meio esquisito perguntar.

- Você, Rachel, aceita esse homem...

- Aha! Rachel!

Agora sim eu entendi o casamento melhor.

Sobre revistas femininas,sexo,drogas e axé music

Assim que terminei o post sobre realidade, fui ler o blog da nicke. O post falava sobre aquelas revistas para meninas: Capricho, Atrevida, etc. O que aconteceu foi que, após ter terminado de ler, na hora que fui comentar, acabei escrevendo um bocadinho. Abaixo, segue o meu comentário no blog da nicke e o que eu penso sobre o assunto.

Não vou mentir que leio essas revistas quando a minha irmã compra. Se você é mulher e lê, só tenho uma coisa a te dizer sobre elas: deixem elas pra lá e saiam para uma balada.

Concordo que ali tem muitas dicas e coisa e tal, mas muita coisa que está escrita vocês não usam. Não adianta ler sobre como paquerar porque na hora do vamos ver a coisa vai ser bem diferente. É como essa coisa de primeira vez idealizada. Por que as revistas simplesmente não dizem, "a primeira vez provavelmente vai ser dolorida e nem vai ser essas maravilhas, salve exceções, mas não desistam e continuem fazendo"?

Se vocês pegarem uma revista masculina como a VIP, não a Playboy, mas a VIP, vocês vão perceber que, tirando os ensaios, que por sinal não trazem mulheres nuas, só de vez em quando, as dicas são muito mais construtivas.

Não estou querendo dizer que as revistas voltadas para o público feminino sejam idiotas. O que eu acho é que ainda existe muito tabu em torno de alguns assuntos quando eles são expostos para as mulheres. Tem muitas revistas femininas melhores que a Atrevida e a Capricho. A Women's Health e a Gloss, por exemplo, são muuuito mais interessantes e falam sobre quase os mesmo assuntos só que não medem palavras ao falar sobre sexo e homens. A WH ainda traz exercícios para fazer em casa e a Gloss traz dicas de maquiagens, roupas e tendências da moda. Ambas são tão interessantes para mim quanto a VIP.

Não tiro o mérito da Atrevida e da Capricho, mas elas já não servem tanto para as adolescentes de hoje em dia. Tem muita menina nova com cabeça de gente grande.

Ao contrário dos meninos que, por sua vez, ainda preferem pegar a revista só pra ver as mulé pelada mesmo.Acreditem, eu lia a VIP só por causa das matérias, afinal de contas, pra que comprar a revista só pelas fotos se eu tenho internet banda larga?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Realidade

Hoje me perguntaram por diversas vezes o motivo de todas as minhas histórias de amor serem trágicas. Só quero saber da onde vocês tiraram isso. Pra mim elas tiveram um final feliz. Depende só do ponto de vista. O problema é que estamos acostumados a sempre olhar pelo mesmo ângulo.

Em algum momento, lá atrás, alguém disse que finais felizes eram os finais em que a mocinha casava com o mocinho e eles viviam felizes para sempre. Não sei se vocês já perceberam, mas isso não existe. Essa conversinha de finalzinho felizinho do casalzinho apaixonadinho é historinha da Carochinha. A realidade é muito diferente.

Quantos casos você já viu na tv falando sobre pessoas que mataram em nome do amor? Agora me diz quantos vocês já viu de pessoas que só tiveram um único amor, se casaram e vivem felizes até hoje? Esse amor dos romances, esse amor das novelas, dos filmes e das nossas idealizações, é um amor que eu não quero. Nem para mim, nem para as minhas crônicas. Quero o amor da vida, que sobe montanhas, desce rios, bate, sofre, enfrenta os problemas e sobrevivi.

Na primeira crônica da série "Apenas Mais Uma de Amor", o final foi feliz sim senhores. A história de um amor cheio dos seus altos e baixos, mas que nunca teve fim, pelo menos não pela parte do cara. Por sinal, ele morreu feliz por estar perto dela uma última vez. Pra mim, isso foi bem romântico.

Na segunda crônica da série, "Apenas Mais Uma de Amor (2)", o cara também acabou feliz, tinha se livrado de uma esposa infiel. Não posso falar nada sobre o destino dele porque desconheço tanto quanto vocês, mas ele me pareceu bastante satisfeito. Acredito que felicidade é um estado de espírito que você alcança quando tem a certeza de que fez a coisa certa. Com certeza ele foi alcançado.

Não estou dizendo para vocês perderem a esperança de achar alguém que vocês amem de verdade, mas verdade mesmo. Só estou querendo mostrar que o amor não é nada mais do que isso: um sentimento louco e sem explicação. A morte não significa apenas a morte, ela representa o fim de alguma coisa. Aprendam que todo fim indica um recomeço. É assim que a vida é. Ah, acredito sim no amor, viu?

Embriaguez Verbal adverte: em caso de desentendimento com o seu companheiro amoroso, não o mate.

Apenas Mais Uma de Amor (2)

Ela estava profundamente excitada quando chegou na porta do apartamento. Há meses tentava engravidar e não conseguia. Dois dias atrás, tinha feito um daqueles testes de gravidez de fármacia e o resultado fora positivo. Não teve coragem de contar ao marido, mas agora estava preparada.

Ele estava sentado no sofá olhando para o nada. Na mão, segurava um teste de gravidez positivo. Na cabeça, apenas pensamentos aleatórios.

Ela abriu a porta toda sorridente dizendo que tinha uma ótima notícia para contar. Afinal, ele foi quem havia dado a ideia de terem um filho.

Ele levantou-se, mas continuou com um ar vazio. O teste de gravidez havia sido escondido pouco antes da esposa chegar.

Ela pos a mão na barriga e disse que o sonho deles estava prestes a ser realizado.

Ele abriu um sorriso no rosto e caminhou em direção à ela. Um sorriso irônico, verdade seja dita, porém, um sorriso.

Ela estava feliz demais para perceber a mão no bolso dele.

Ele chegou bem perto dela, como se fosse abraçá-la. Seus corpos se tocavam, mas ele não a abraçara.

Ele levou os lábios, ainda com o irônico sorriso, até a orelha direita. Sussurrou algumas palavras, mas sem esquecer do sorriso. Tirou a mão do bolso.

Ela sentiu o líquido quente escorrer pelas suas pernas. Esteve animada demais o tempo inteiro. Agora era tarde demais para notar que a mão no bolso carregava um punhal.

Ele olhou-a nos olhos enquanto ela tentava segurar-se em suas calças. Não sentiu pena ou remorso. Essas coisas simplesmente não são previstas, mas não fariam dele um pecador.

Ela ainda tentou pedir desculpas. Tentou fazer com que ele a perdoasse antes da morte, mas conformou-se quando percebeu que não adiantaria. Ele sempre foi assim, cabeça dura.

Ele esperou até que o som da cabeça batendo no chão ecoasse pela sala de estar. Foi em direção a porta. Ainda deu uma última olhada para o corpo caído e pensou:
- Pena não ter sido do meu jeito...

Ela ainda pensava no que havia escutado. As palavras que escutara, continuaram ecoando em sua cabeça. Nunca mais as esqueceria:
- Fico feliz por você estar grávida, mas descobri na semana passada que sou estéril. Apenas não sabia como te dizer isso.
Fechou os olhos para nunca mais abrí-los.