domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ciranda

O mundo já estava girando quando ele entrou no carro. Abriu os vidros, engatou a primeira e saiu cantando penu.

No banco de trás, fazendo par com o vento que entrava das janelas, um saco plástico deu início ao seu balé. Rodopiaram juntos no banco de trás por algum tempo, mas logo se cansaram daquela solidão e passaram para o banco do passageiro.

Ele percebeu a dança no banco ao lado e se virou para acompanhá-la. O saco rodopiou, rodopiou, rodopiou, rodopiou e saiu pela janela. Queria mostrar ao mundo a beleza da sua dança.

Do lado de fora, o vento começou o seu solo e o saco ficou flutuando em linha reta. Para ele, o saco e o mundo continuaram rodopiando, rodopiando, rodopiando e rodopiando, até que tudo ficou estático e o céu manchado de vermelho. As cortinas se fecharam para ele. Uma pena, perdeu o gran finale.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Frase do Dia

Estava eu a caminho da casa do meu primo, sentado dentro do ônibus, quando entra um desses atores de rua vestido de mulher. Pra falar a verdade, não lembro da história toda em si, mas lembro da frase que ele disse antes de descer do ônibus a uma das passageiras. Essa vai para todas as mulheres que estão se sentindo sozinhas e não conseguem encontrar um companheiro:

"Homem tá difícil de se encontrar. Por isso, se você encontrar um no lixo, leve para casa e limpe."

Em tempo, ah, que saudades do meu carrinho.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Dúvida (2)

Para onde vão as barracas de capeta, comida e seus respectivos donos quando acaba o Carnaval?

Cheguei na casa do meu primo 1:40 da manhã e estavam todas lá. Acordei e não tinha mais nenhuma, parecia que nem tinha acontecido nada. Mistérios do Carnaval de Salvador.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Novidades

Duas coisas estão para acontecer assim que o carnaval passar e eu voltar para casa. A primeira delas é aqui no blog e a segunda é uma novidade para toda a blogosfera sergipana.

Nesses dias que estive aqui na Bahia, não deixei de pensar no meu querido blog. Pensei em algo para fazer para deixar o blog mais divertido. Nas próximas postagens surgirá uma nova série, mas ainda não sei qual será o nome. Pensei em chamá-la de "Absoluta Verdade", mas não é nada certo. Serão crônicas em que o personagem só falará a verdade. Tiverem sugestões eu aceito.

Tive duas ideias que podem acabar mudando a blogosfera sergipana. A primeira delas seria combinar um dia para postarmos nos nossos blogs links de posts que tenhamos lidos nos blogs dos mesmbros da comunidade. A segunda ideia seria criar um blog à parte no qual cada blogueiro teria um dia pra fazer um post. Ainda vou postar isso na comunidade e teremos tempo pra pensar e discutir sobre o assunto.

Ademais, vejo vocês no dia 20.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Triste História de Serginho (2)

Como já contei anteriormente, Serginho é um adolescente mudinho. O que ainda não contei, é que a vida dele estava prestes a mudar.

Serginho vive num mundo paralelo ao nosso. Além de ser paralelo, ele é beeem parecido. A única diferença é que no mundo dele, descobriram a cura para a mudez. Trata-se de um comprimido que você toma uma única vez e já sai falando tudo certo. Tentaram utilizar no presidente do país do Serginho, mas ele continua falando errado. Cientistas ainda estudam esse caso em particular.

Nosso jovem anti-heroi foi um dos últimos a tomar o remédio, mas o que importa é que ele tomou. Chegou em casa todo animado e já foi logo avisando a mãe que iria sair para estrear a sua voz. Botou sua beca mais arrumada e saiu para dançar. Da última vez que tinha saído assim, ele acabou sem encontrar ninguém que o entendesse, mas agora seria diferente. Conheceria alguém, conversaria e a chamaria para dançar, continuaria conversando, até que a música acabasse e ele tentasse beijá-la. Dessa vez seria diferente.

A noite saiu do jeito que ele tinha planejado. Conheceu uma morena linda na boate e começou a puxar assunto com ela. Ficaram sentados trocando ideias, planos e sonhos até que começou a tocar uma música lenta. Serginho que não é nem um pouco besta, chamou-a para dançar. Não perdeu tempo e já foi logo conversando. Disse que queria beijá-la e passar o resto da noite agarradinho. Ela em momento algum pareceu desinteressada no papo do rapaz. Dessa vez ele se daria bem.

Assim que a música acabou, ele tentou dar o seu primeiro beijo, mas ela virou o rosto. Olhou bem fundo nos olhos dele e disse:
- Eu gostei muito de ter conversado com você, mas não entendi porque você parou de falar assim que começamos a dançar. Desculpa, mas tenho que ir. Beijou-o no rosto e foi embora caminhando.

É, Serginho, você não tinha como adivinhar que ela era surda de um ouvido.

De Novo

Finalmente o curso de verão acabou e, para a alegria da minha mãe e para o bem da minha viagem, eu passei nas duas matérias. Confesso que por um momento, pequeno, mas mesmo assim um momento, achei que não iria passar. Fato é que passei e pude viajar. Dessa vez, meu destino foi Salvador.

O custo de vida em Salvador é maior, os amigos do meu primo tem várias piadas sobre sergipano, aqui não tenho carro, não posso caminhar livremente pelas ruas, tenho que tomar cuidado com meus bolsos o tempo todo, escuto axé o dia inteiro, meus amigos estão longe e tenho que me precupar com quanto eu gasto pra sobrar dinheiro pra passagem de volta. Então, por que diabos eu ainda venho pra cá?

Apesar dos apesares, a Bahia é uma terra boa. Por mais que a cidade seja meio confusa pra mim, eu gosto daqui. Fora que o carnaval de Salvador é um dos mais animados do país. Se tem uma coisa que vocês devem fazer antes de morrer, é passar a semana do carnaval aqui.

Vou tentar atualizar o máximo que puder enquanto estiver por aqui, exceto na semana do carnaval...também sou filho do Homem. Fiquem agora com mais uma história da saga de Serginho.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

E Agora, José?

Imaginem que hoje seja sexta-feira. O que vocês fariam? Como conheço boa parte dos leitores aqui do EV, sei que a resposta mais escolhida seria sair com os amigos, diria até que seria sair com os amigos pra beber. Admitam, sei que a maioria dos leitores aqui, sejam maiores ou menores de idade, bebem. Podem me contar, não vou contar pra mãe de vocês, só quero ter uma ideia de quantas pessoas se enquadram nesse post.

Pesquisadores da UFES, União dos Fuleiros e Esculhambados, concluíram que a quantidade de jovens bebendo antes dos 18 anos, no Brasil, é absurda. Só que o problema não está em quantos jovens bebem, afinal, somos brasileiros e pra isso dá se um jeitinho, mas sim no quanto eles bebem. Vamos lá, levanta a mão aí preu contar e ter uma ideia de quantos de vocês já passaram ou viram um amigo passar do limite. Tá, não dá pra contar, mas sei que todo mundo tem uma história de bebedeira ou bêbado pra contar. Agora, você já viu alguém falar do outro dia? Da ressaca? Sei que sim, só não devem ter sido muitas histórias. Vou explicar o por quê.

Pra você ficar de ressaca, no mínimo você tem que encher a cara, tem que ficar mais melado que lençol de motel e mais cego que morcego mudo. No outro dia, sua cabeça deve estar doendo pra caralho e você, muito provavelmente, vai sentir uma vontade imensa de passar o dia dormindo, além de não lembrar de algumas coisas do dia anterior. É por causa desse último motivo que não escutamos tantas histórias de ressaca. O problema reside aí.

Quando mais álcool você bebe, maior a chance de, no outro dia, você não lembrar do que fez. Pra falar a verdade, é melhor mesmo que você esqueça. Sabem por quê? Alguém vai comentar depois que, um corajoso, ficou com a mulher mais feia da festa. O outro vai sair dizendo que Sicrana estava descendo na boquinha da garrafa de vestido e sem calcinha. A outra vai espalhar pra todo mundo que tiveram que dar banho em Fulaninho e que o pinto dele era pequeno. Depois de tudo, Beltrano vai chegar e dizer que achou um cu sem dono no meio da festa. Agora, adivinha de quem é que eles vão estar falando. Pior de tudo é que você não lembra do que fez e não pode nem negar. Isso nos leva a pior de todas as ressacas, a ressaca moral.

O pior não é você ter vomitado no carro do pai do seu amigo, mas encarar o seu amigo e o pai dele no outro dia. Cair no meio da boate, não conseguir se levantar e ficar rindo abestalhadaente no chão? Pff, isso é besteira...se você decidir não voltar lá nunca mais. Fazer sexo enquanto está numa casa vigiada o tempo inteiro? Bobagem, até a próxima edição todo mundo já te esqueceu mesmo. O que eu quero dizer é que: se você se sente bem assim, continue assim. Só não sou eu que vou reclamar, até porque, me acabo de rir com as histórias de bêbado que não lembram do que aconteceu.