sábado, 30 de janeiro de 2010
Dúvida
É impressão minha ou o número de aprovados pelas 4 maiores escolas em medicina na UFS supera o número de vagas? Alguém, por favor, poderia me explicar?
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
Renda Extra
Todos os três eram bastante parecidos. Diziam basicamente a mesma coisa: empresa multinacional blá blá blá não precisa de experiência blá blá blá damos treinamento blá blá blá ganhos entre R$500 e R$1500 blá blá blá parcial/integral blá blá blá não precisa ter grau de escolaridade. Resumindo, eu ganharia uma boa grana, poderia continuar meus estudos tranquilamente e ainda poderia trabalhar em casa. Agora eu pergunto a vocês: onde no mundo qualquer analfabeto ganha essa grana pra trabalhar com esse conforto?
Vocês devem estar pensando que está será mais uma das minhas críticas a sociedade e coisa e tal. E não é que vocês erraram? Não sei o que me ocorreu na hora, mas resolvi arriscar. Eram três empresas, três anúncios. Acreditei que pelo menos uma delas teria algo sério. Liguei para os três números e em todos eles disseram que a empresa faria uma entrevista naquela mesma tarde. Eram três endereços e horários diferentes. Dois eram no centro da cidade e tinham horários parecidos. Resolvi optar pelo que era mais cedo.
Uma hora da tarde eu comecei a me arrumar. Fiz a barba e todos os chabiscos pra ficar apresentável, botei uma roupa legalzinha e me mandei pro centro. O endereço era de um prédio bem antigo. Minha mãe até ficou um pouco preocupada achando que poderia ser uma cilada. Como eu sou macaco velho e já estava com um pé atrás, resolvi perguntar na portaria do edifício, se o porteiro sabia qual era a multinacional e se ele sabia de alguma reunião que iria acontecer no 4º andar. Sabe aquela sensação de ficha caindo? É, foi bem essa que eu senti quando o porteiro falou que a empresa era uma tal de "Ervalife". Tinha certeza de que seria a maior furada que eu poderia entrar, mas já estava lá e o flanelinha iria me cobrar um real do mesmo jeito. Resolvi ficar e subir.
Cheguei um pouco mais cedo do que o horário previsto e tive que esperar. Tinham vários murais com diversas fotos presas. Eram fotos "antes-e-depois". Algumas delas eram de pessoas em eventos da empresa. Porém, o que mais me chamou a atenção foi a quantidade de chá que o pessoal responsável pela reunião tomou nos 10 minutinhos que esperei. Pode rodar todos os bares de Aracaju que você não vai encontrar alguém que beba tanta cerveja como aquelas pessoas beberam chá. Na rua, um cara gritava que tinha mp12 e mp15 (Vou abrir um parêntese aqui, mas é rapidinho. O que diabos é um mp15? Como é que arrumam tanta função pra colocar enssas coisas? Deve fazer uma torrada deliciosa e um suco de laranja divino...).
Aqui começa uma das mais engraçadas tardes da minha vida. Pra começar, a mulher que iria falar sobre a Herbalife tinha um sotaque bem diferente. Era uma mistura de Pateta com Lampião. Fora que ela falava com a gente como se fôssemos da pré-escola. Pra falar a verdade, ela me fez lembrar de uma professora que eu tive, mas isso não é muito relevante. Ela contou a história dela e tudo mais, além de usar uma apresentação feita no power point para falar da empresa. Tirando o fato dela falar errado, que eu vou descontar só porque todas as outras pessoas que falaram depois dela também falavam errado, a apresentação foi tragicômica. A apresentação foi bem trash e os slides eram quase impossíveis de serem lidos (letra vermelha no fundo roxo ou vermelha no fundo azul). Ainda por cima, ela simplesmente leu slide por slide. Era melhor terem feito um panfleto. Ah, não vamos esquecer do litro de chá que ela tomou durante a explicação.
Em um dado momento, ela chamou algumas pessoas que já faziam parte da empresa para dar os seus depoimentos, aí eu fui ao delírio. Primeiro que aquele pessoal contando suas histórias e dizendo que, depois que o Herbalife tinha entrado na vida delas, elas já estavam a tanto tempo sem isso e aquilo, deu um ar de AA àquilo tudo. Segundo que após cada depoimento o pessoal batia palmas e dava uns gritos, isso deu um ar de Igreja Universal. Terceiro que em um dos depoimentos a pessoa terminou dizendo que, graças à Deus, ninguém na sala estava devendo dinheiro e o cara do meu lado disse que devia... e muito.
Das pessoas que estavam lá, fui o único que resolveu não correr o risco de ficar milionário e viajar o mundo inteiro só vendendo Herbalife. Querem saber o por quê? Dos que estavam ali, eu era o único que não estava desesperado e o único que tinha informação. Provavelmente, só eu sabia que a Herbalife é um bom produto, mas que existem outros tão bons quanto e mais barato. Provavelmente, só eu sabia que quanto mais gente aparece pra ser vendedor da Herbalife, menos gente tem pra comprar. Provavelmente, só eu sabia que aquilo era um esquema de pirâmide. Provavelmente, só eu não tinha os R$ 150 em mãos para fazer o cadastro na hora.
Fui embora sem nem olhar pra trás. Na rua, o cara ainda me ofereceu um mp15. Liguei para os outros números que tinha visto no jornal e descobri que todos eles eram da Herbalife. Bem que eu tinha desconfiado da quantidade de multinacionais em Sergipe. Agora parem e pensem comigo: se você vende um produto, pra que caralhos você vai chamar mais gente pra ser seu concorrente? Se você bom vender essa porcaria, o pessoal vendia calado. Ninguém corre o risco de se arrebentar na vida pra dar aos outros oportunidade não. Fora que esse shake que eles vendem é mó enrolação, ele dá sensação de estômago cheio porque ele é composto de ar. Você literalmente abre a boca pra comer vento. Sem falar do chá que deve conter alguma substância alucinógena dentro. Pelo menos o flanelinha não estava lá na hora que eu fui embora. Obrigado Herbalife.
P.S.: Deu pena de um casal lá que disse que vendia cd pirata e ganhavam, juntos, um pouco mais que um salário mínimo. Eles pagaram R$300 pra se lascar mais na vida, maaaaas a vida é isso.
P.S².: Amanhã tenho um post sobre bebidas e ressaca preparados para vocês, não deixem de conferir.
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
A Triste História de Serginho
Saiu de casa todo serelepe com o seu abadá da Ivete. Encontrou com os amigos e foram pra avenida. Serginho já tinha sido instruído na arte da paquera, era menino novo, mas sabia o que falar e a hora pra falar, só faltava ver se a prática seria igual à teoria.
Pegou na mão da primeira e nada, ela nem olhou pro pobre rapaz.
Pegou na mão da segunda e nada, ela nem se virou pra conversar.
Tentou beijar a terceira e nada, ela ainda disse pra amiga que odiava homem que nem parava pra conversar.
Dançou com a quarta e nada, ela ainda saiu reclamando que ele nem puxou assunto enquanto dançavam.
É, Serginho, é duro ser mudinho.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Culpa
O crime que cometi é muito grave. Isso deverá comprometer o ritmo das postagens aqui no blog e talvez eu largue um pouco toda essa coisa de internet. Não sei nem como conseguirei viver daqui pra frente. Penso até em suicídio.
Antes de fazer qualquer besteira, gostaria de dizer aos meus pais que os amo muito, mas que ver a minha irmãzinha tão amada me odiar só porque eu não tive forças para levantar a geladeira é muito doloroso. Afinal, era apenas uma geladeira cheia de comida, se nem disso eu sou capaz, do que serei?
Espero que Deus e vocês entendam a minha decisão. Deixo a minha fraca vida para deixar minha irmã feliz.
E olhem que o dia ainda nem acabou. Cheirinhos ;*
Segunda Insana

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010
Promessas de Fim de Ano

"É dos roliços que elas gostam"
Ou então, quantas vezes você disse que iria parar de beber/fumar e nunca para? Bom, é difícil largar velhos vícios e hábitos quando você determina que tem que fazer isso dá noite pro dia. Tem que começar aos poucos e ir estabelecendo pequenas metas. Autocontrole é limitado. Se você se prima por muito tempo, quando cair na tentação, vai acabar com uma cirrose ou com um câncer no pulmão. Tomem como exemplo um casal de namorados. Assim que eles terminam, o que acontece? Pegação, em escalas nunca antes imaginadas. A pessoa se controla por tanto tempo que quando estoura, extravasa.
Também prometi que iria começar a escrever mais no blog e que pararia de escrever porcaria por aqui. Como vocês podem perceber, não cumpri nenhuma das duas. Ainda.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Fata Viam Inveniunt
Nem lembrava mais do dia em que juntara os dois primeiros elos. Agora, já eram 34 no total. Um para cada sonho que ela tinha. A única coisa que sabia era que já estava juntando há bastante tempo. Tanto tempo que já tinha sonhado o suficiente para formar um bracelete.
Dezoito anos, mas com bagagem de vinte. Sabia o que queria da vida e nunca parara de sonhar. Namorou homens de todos os tipos: brancos, negros, pardos, índios, amarelos e coloridos. Viveu aventuras de todos os sabores. Rodou o mundo sem ter saído de casa. Brincou seu riso sem ser incomodada. Tudo isso, sem nunca parar de sonhar. Sonhar para ela era o mais importante.
Ao completar dezenove, sua pulseira já contava com 45 elos. Eram muitos sonhos para pouco espaço, mas Lisbela não se importava. Sonhar trazia alegria para a sua vida. Seus sonhos eram a sua vida. Não sabia o que seria dela sem eles. Contudo, a vida é a melhor professora que se pode ter. Foi ela que mostrou a Lisbela o que seria dela.
Aconteceu antes de sair de casa. Lisbela namorava um colega de faculdade, mas não morria de amores por ele e nem chegaria a morrer. Ela discutia no telefone com ele enquanto se arrumava para mais uma noite de farra com as amigas. Era justamente esse o motivo da discussão. A ligação já estava chegando aos seus doze minutos de duração e parecia que não acabaria até que ela desistisse de sair. Foi enquanto ele falava que o seu bracelete arrebentou. Também, como não arrebentaria? Eles sempre arrebentam no elo mais fraco, no caso dela, no elo do amor.
O mundo calou-se por um instante. No celular, a voz que saia não alcançava os seus ouvidos. Seu Jorge parou de cantar nos autos-falantes do computador, como se respeitasse aquele momento. Lisbela pôde ver os elos caindo bem claramente. Eles foram se separando um a um, até que bateram no chão de forma disforme. Quicaram uma vez...Quicaram uma segunda vez...Quicaram uma última vez...E se aquietaram no chão frio. Ela olhou perplexa para o pulso e viu um único elo. Desligou o celular na hora e saiu correndo.
O mundo voltou a conversar com Lisbela quando ela deixou o celular cair e começou a correr com o elo na mão. Ela não conseguia parar de chorar enquanto corria em direção à lugar nenhum. Chorava de felicidade. Finalmente se libertara do peso que tinha no pulso. Na mão, carregava o único sonho que importava. O sonho de ser livre para correr atrás dos seus sonhos.
Lisbela tinha um sonho, o sonho de ser feliz. Lisbela correu atrás dele até o seu último segundo na face da Terra.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
Nomes
Tem gente que vai mais além. Fica com a pessoa e logo em seguida não lembra do nome. Conheço muita gente que tem uma penca de nomes na agenda do celular das pessoas que ela já ficou, mas se botasse metade na frente dela ela não lembraria.
Acontece isso com todo mundo, é normal, só não é saudável. Muitas vezes as pessoas se chateiam, mas depois passa. A não ser que essa pessoa seja mulher e sua ficante/furante/namorada/noiva/esposa. Por sorte, sempre existirão momentos que o farão lembrar do nome dela:

- Você, Rachel, aceita esse homem...
- Aha! Rachel!
Agora sim eu entendi o casamento melhor.
Sobre revistas femininas,sexo,drogas e axé music
Assim que terminei o post sobre realidade, fui ler o blog da nicke. O post falava sobre aquelas revistas para meninas: Capricho, Atrevida, etc. O que aconteceu foi que, após ter terminado de ler, na hora que fui comentar, acabei escrevendo um bocadinho. Abaixo, segue o meu comentário no blog da nicke e o que eu penso sobre o assunto.
Não vou mentir que leio essas revistas quando a minha irmã compra. Se você é mulher e lê, só tenho uma coisa a te dizer sobre elas: deixem elas pra lá e saiam para uma balada.
Concordo que ali tem muitas dicas e coisa e tal, mas muita coisa que está escrita vocês não usam. Não adianta ler sobre como paquerar porque na hora do vamos ver a coisa vai ser bem diferente. É como essa coisa de primeira vez idealizada. Por que as revistas simplesmente não dizem, "a primeira vez provavelmente vai ser dolorida e nem vai ser essas maravilhas, salve exceções, mas não desistam e continuem fazendo"?
Se vocês pegarem uma revista masculina como a VIP, não a Playboy, mas a VIP, vocês vão perceber que, tirando os ensaios, que por sinal não trazem mulheres nuas, só de vez em quando, as dicas são muito mais construtivas.
Não estou querendo dizer que as revistas voltadas para o público feminino sejam idiotas. O que eu acho é que ainda existe muito tabu em torno de alguns assuntos quando eles são expostos para as mulheres. Tem muitas revistas femininas melhores que a Atrevida e a Capricho. A Women's Health e a Gloss, por exemplo, são muuuito mais interessantes e falam sobre quase os mesmo assuntos só que não medem palavras ao falar sobre sexo e homens. A WH ainda traz exercícios para fazer em casa e a Gloss traz dicas de maquiagens, roupas e tendências da moda. Ambas são tão interessantes para mim quanto a VIP.
Não tiro o mérito da Atrevida e da Capricho, mas elas já não servem tanto para as adolescentes de hoje em dia. Tem muita menina nova com cabeça de gente grande.
Ao contrário dos meninos que, por sua vez, ainda preferem pegar a revista só pra ver as mulé pelada mesmo.Acreditem, eu lia a VIP só por causa das matérias, afinal de contas, pra que comprar a revista só pelas fotos se eu tenho internet banda larga?
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Realidade
Em algum momento, lá atrás, alguém disse que finais felizes eram os finais em que a mocinha casava com o mocinho e eles viviam felizes para sempre. Não sei se vocês já perceberam, mas isso não existe. Essa conversinha de finalzinho felizinho do casalzinho apaixonadinho é historinha da Carochinha. A realidade é muito diferente.
Quantos casos você já viu na tv falando sobre pessoas que mataram em nome do amor? Agora me diz quantos vocês já viu de pessoas que só tiveram um único amor, se casaram e vivem felizes até hoje? Esse amor dos romances, esse amor das novelas, dos filmes e das nossas idealizações, é um amor que eu não quero. Nem para mim, nem para as minhas crônicas. Quero o amor da vida, que sobe montanhas, desce rios, bate, sofre, enfrenta os problemas e sobrevivi.
Na primeira crônica da série "Apenas Mais Uma de Amor", o final foi feliz sim senhores. A história de um amor cheio dos seus altos e baixos, mas que nunca teve fim, pelo menos não pela parte do cara. Por sinal, ele morreu feliz por estar perto dela uma última vez. Pra mim, isso foi bem romântico.
Na segunda crônica da série, "Apenas Mais Uma de Amor (2)", o cara também acabou feliz, tinha se livrado de uma esposa infiel. Não posso falar nada sobre o destino dele porque desconheço tanto quanto vocês, mas ele me pareceu bastante satisfeito. Acredito que felicidade é um estado de espírito que você alcança quando tem a certeza de que fez a coisa certa. Com certeza ele foi alcançado.
Não estou dizendo para vocês perderem a esperança de achar alguém que vocês amem de verdade, mas verdade mesmo. Só estou querendo mostrar que o amor não é nada mais do que isso: um sentimento louco e sem explicação. A morte não significa apenas a morte, ela representa o fim de alguma coisa. Aprendam que todo fim indica um recomeço. É assim que a vida é. Ah, acredito sim no amor, viu?
Embriaguez Verbal adverte: em caso de desentendimento com o seu companheiro amoroso, não o mate.
Apenas Mais Uma de Amor (2)
Ele estava sentado no sofá olhando para o nada. Na mão, segurava um teste de gravidez positivo. Na cabeça, apenas pensamentos aleatórios.
Ela abriu a porta toda sorridente dizendo que tinha uma ótima notícia para contar. Afinal, ele foi quem havia dado a ideia de terem um filho.
Ele levantou-se, mas continuou com um ar vazio. O teste de gravidez havia sido escondido pouco antes da esposa chegar.
Ela pos a mão na barriga e disse que o sonho deles estava prestes a ser realizado.
Ele abriu um sorriso no rosto e caminhou em direção à ela. Um sorriso irônico, verdade seja dita, porém, um sorriso.
Ela estava feliz demais para perceber a mão no bolso dele.
Ele chegou bem perto dela, como se fosse abraçá-la. Seus corpos se tocavam, mas ele não a abraçara.
Ele levou os lábios, ainda com o irônico sorriso, até a orelha direita. Sussurrou algumas palavras, mas sem esquecer do sorriso. Tirou a mão do bolso.
Ela sentiu o líquido quente escorrer pelas suas pernas. Esteve animada demais o tempo inteiro. Agora era tarde demais para notar que a mão no bolso carregava um punhal.
Ele olhou-a nos olhos enquanto ela tentava segurar-se em suas calças. Não sentiu pena ou remorso. Essas coisas simplesmente não são previstas, mas não fariam dele um pecador.
Ela ainda tentou pedir desculpas. Tentou fazer com que ele a perdoasse antes da morte, mas conformou-se quando percebeu que não adiantaria. Ele sempre foi assim, cabeça dura.
Ele esperou até que o som da cabeça batendo no chão ecoasse pela sala de estar. Foi em direção a porta. Ainda deu uma última olhada para o corpo caído e pensou:
- Pena não ter sido do meu jeito...
Ela ainda pensava no que havia escutado. As palavras que escutara, continuaram ecoando em sua cabeça. Nunca mais as esqueceria:
- Fico feliz por você estar grávida, mas descobri na semana passada que sou estéril. Apenas não sabia como te dizer isso.
Fechou os olhos para nunca mais abrí-los.