terça-feira, 27 de abril de 2010

Relatos de um anônimo

Eu sempre quis ser famosa. Daquele tipo de pessoa reconhecida em todo e qualquer lugar que vai, que dá autógrafo e posa pra fotos. Ainda criança eu me via atuando em Chiquititas, exceto pelo fato de que cheguei a acreditar que eram realmente órfãs e eu tinha medo de que pra ser uma delas, tivesse que deixar meus pais. Mas eu seria famosa. As crianças comprariam uma boneca com meu nome e inspirada em meu rosto.

Fui crescendo (ou ficando mais velha) e o desejo de ser famosa não saiu da minha cabeça. Já quis fazer teatro, televisão, cinema...o mundo da fama sempre me deixou fascinada. Não é à toa que a música pra entrega do diploma de formatura foi “Fame” da Irene Cara. Mas nada disso importa.

O caso é que um dia meu pai me perguntou por que eu queria tanto ser famosa. Ele não entendia o fascínio ou a vontade do que ele vê como “ser importunado e seguido por aí”. E muita gente não entende. Às vezes nem eu entendo.

Então eu ligo o rádio na Jovem Pan e ouço duas notícias que certamente me fizeram escrever esse texto:

1 – A cantora Britney Spears sai de casa sem o sutiã e isso deixa seu pai preocupado. (Daí teve a explicação do por que o pai dela estar preocupado, e falou sobre o namorado, etc etc etc)

2 – Após internação, cantora Rihanna cai de joelhos em show. (Falaram como foi a queda, onde foi e bla bla bla)

*

Viram? Semana retrasada eu caí da escada. Minha mão ficou doendo pacacete! Mas não me lembro de ter ouvido sequer a Ilha FM falando sobre isso. Meu salto já quebrou na porta do teatro e eu tive que assistir à peça de sandália barata que comprei no Extra, e não saiu nem uma nota no Olho Vivo.

Mas não pensem que acho interessante toda essa futilidade que envolve a vida dos famosos, isso realmente não me agrada, acho até exagero e falta de assunto da mídia. Mas as pessoas querem saber. Ao contrário do interesse que (não) costumam ter pelas coisas cotidianas de um anônimo, como no caso do Twitter(sobre o que falarei num outro post), revistas e mais revistas são vendidas diariamente pois falam da vida de famosos e suas quedas no palco.

Então comecei a me perguntar até que ponto valeria a pena ser famosa, estar nas capas de revistas e nos noticiários da Jovem Pan. E confesso que não precisei pensar muito: É claro que ainda quero ser famosa! E pouco me importaria se não ia poder comprar pão usando sandálias sem que isso fosse parar na Contigo, ou teria que ir ao shopping ás escondidas e ainda assim, caso assistisse “Xuxa em O mistério de feiurinha”, minha expressão seria analisada na saída do cinema. Pouco me importaria.

Carência de atenção? Talvez!

Desejo inexplicável de ser reconhecida? Provavelmente!

Vontade de ter carro, dinheiro e fama? Com certeza!

A fama me atrai. E como diria a grande filósofa Kelly Key: “Eu quero ser famosa, ser uma grande artista, gravar comercial, ser capa de revista...” =P

Um comentário:

Diego Felizola disse...

Eu não queria ser exatamente famoso,até porque,blogueiros e escritores não são bem famosos,né? Ser famoso é uma maneira de ter o meu trabalho reconhecido por muitas pessoas e isso sim seria bem legal,não quero um rebanho atrás de mim o dia inteiro,tirando fotos para colocar em suas revistas ou sites,mas que faz bem pro ego,ah,como faz.