segunda-feira, 26 de abril de 2010

La petite mort

Tudo começou com a primeira briga, ela nunca o perdoara de verdade. Sempre dizia para esquecerem aquilo para que pudessem seguir adiante. Isso não foi a coisa mais certa a se fazer, porém, foi a mais fácil.

Logo veio a segunda e a terceira. Normal, qual é o casal que não tem dias ruins? Sentaram, conversaram, desculparam e foram desculpados. Pena não terem se livrado da mágoa dentro deles. Seguiram adiante com as suas vidas.

A quarta demorou um pouco mais para vir, mas veio. Foi num dia chuvoso, na metade de Junho. Tinham apenas um guarda-chuva, justamente o dela. Saiu depressa, nem se preocupou em segurar as lágrimas. Ele ficou apenas olhando. Parado. A chuva começou a encharcar sua roupa. O peso começou a incomodar, não o da roupa, mas o da consciência. Correu até a casa dela. Pediu para que deixasse tudo que havia dito para lá, pois ele não sabia o que estava falando. Beijaram-se na chuva. As coisas pareciam ter tomado um novo rumo, mas ele estava certo: não sabia o que estava falando.

As brigas tornaram-se frequentes, parte da rotina. Não tinha mais volta. Todo aquele acúmulo de mágoas, virou um câncer que, aos poucos, destruiu todo o relacionamento.

A última briga foi na casa dele. Ele foi direto ao ponto assim que ela chegou: não aguentava mais aquela vida. Discutiram e botaram as mágoas para fora. Gritaram e choraram. Por fim, pediu que fosse embora. Ela levantou-se, enxugou as lágrimas e perguntou se era mesmo aquilo que ele queria. Pensou um pouco, mas já tinha tomado a sua decisão. Ficou de costas para ela e segurou o choro.

Estava deitado no chão, no mesmo lugar em que, momentos antes, havia dado as costas para a sua namorada. Estava em posição fetal e chorava bastante. Se arrependeu por ter terminado. Nenhum dos dois estava preparado para aquilo. Ele sentiu que uma parte dele estava morta. Não estava morta de verdade, não ainda, mas ele sentia a dor da perda. A dor começava a se alastrar pelo corpo inteiro. Não devia ter acabado, não devia ter dito que era aquilo que ele queria. Já era tarde, ele não poderia imaginar que as coisas acabariam daquele jeito. Afinal, como poderia adivinhar que ela iria chutá-lo no saco com tanta força?

4 comentários:

Luiza disse...

ok, eu quase acreditei que ele chorava por causa dela!
hauhuahah

Nelle disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk simplesmente AMEI Guiii! kkkkkkkkk

Duca disse...

E eu também super emo.cionada com a história!! kkk
Bem feito pra ele!! =)

Beto disse...

massa^^