segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Einstein e Deus

Sou cristão por batismo e agnóstico por opção. Não acredito em "Deus", mas seria prepotência acreditar que nada depende de uma força maior. O universo é grande demais e nós pequenos demais. Acredito que exista um velho barbudinho com uma batuta regendo tudo o que acontece em todos os cantos do universo. Isso não quer dizer que ele é o responsável pelas coisas ruins ou pelas coisas boas que nos acontecem. Ele rege a orquestra, muda ritmos e tons, mas cada um dança do jeito que bem entender. É o nosso livre arbítrio.

Muita gente não consegue entender o fato deu acreditar em "Deus" sem acreditar numa religião. É uma questão de fé. Muita fé no que acredito. Ninguém nunca conseguiu me convencer de que tal religião é única e absoluta e que somente ela pode me dar todas as respostas. Porém, muitas vezes me convenci de que, talvez, Ele não existisse.

Crianças na rua pedindo esmolas ou sendo maltratadas pelos próprios pais. Seres imaculados que tem suas purezas manchadas pelo mal do mundo. Pessoas doentes sem nenhuma esperança de melhorar. Assassinatos, sequestros e torturas cada vez mais diabólicos. O mundo está se tornando maligno. Como acreditar em alguém que se diz criador e não cuida das criaturas? Essa pergunta já deve ter passado na cabeça de bilhões de pessoas no mundo. Todos aqueles que sofreram algum mal, devem ter perguntado a mesma coisa ao Criador. Onde você estava quando precisei?

Quando Einstein era um jovem estudante, ele surpreendeu um professor com a sua resposta:


Deus não criou o mal. Ele nos deu a opção de acreditar no amor ou no ódio, no bem ou no mal. A culpa dos males do mundo é do próprio ser humano. Aquele mesmo ser humano que acredita que ter fé é ter uma religião, o mesmo que acredita que tudo é porque Deus quis ou até mesmo que ciência e fé não andam de mãos dadas. Apenas uma pequena parte do nosso dia é determinado pela mudança de ritmos ou tons em que a orquestra está tocando, o restante, depende somente de como reagiremos a essas mudanças. A sinfonia será tocada por toda a eternidade e nós, continuaremos a fazer as nossas próprias coreografias.

3 comentários:

Bruna Tavares disse...

Excelente post! A gente escolhe qual coreografia usar e essa escolha reflete na nossa vida por muito tempo. Sem contar que algumas dessas coreografias até se eternizam em nossos dias. Acho isso incrível (: Ficou bom mesmo, mon bijou! Tá de parabéns :D hahaha

;*

Anônimo disse...

Brilhante seu texto, de uma clareza e fluidez tão gostosa como a de quem esta conversando. Agora, amei mesmo o conteúdo porque compartilho dessa idéia de Deus e o livre arbítrio. Uma vez vi um padre dizer que religião deveria ser uma lanterna para guiar as pessoas mas se for colocada nos olhos cega ainda mais quem esta na escuridão.
Parabéns pelo texto. Continue a nos brindar com as suas idéias.

Luiza disse...

Diego, cada dia que passo me surpreendo mais com seu blog e com a sua capacidade de escrever! Você sempre escolhe temas muito bons e interessante, como também temas "bestas" porém engraçados. E isso é o mais legal do seu blog! Que a cada post eu tenho uma surpresa e sempre que eu o venho ler nunca sei de que assunto você vai falar.

Adorei o seu texto sobre Deus! Adorei mesmo, me surpreendi!