segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Psicotapa

Na semana passada, li algo sobre a nova lei que proíbe castigos físicos de qualquer tipo, inclusive, o psicotapa. Quando terminei de ler, parei para lembrar da minha infância. Jamais apanhei, mas vivia com medo de levar uns tapas no bumbum. Não que não merecesse, pois merecia. Aprontei tudo que tive direito e mais um pouco. Quando tinha reunião de família na casa das minhas avós, minha mãe, ligava antes pra avisar que estávamos chegando pra dar tempo de guardar as coisas que poderia quebrar. Mesmo assim, nenhuma mão, chinelo ou cinto, jamais encostou em mim. Minha mãe só precisava dizer que ia me dar umas chineladas ou me pegar pela orelha que me aquietava.

Dos três filhos, minha mãe só bateu na minha irmã. Foi um tapa de leve, só para repreendê-la por ter mentido. Nunca fez mal algum, ela não desenvolveu nenhum trauma ou ficou depressiva por causa disso. Pelo contrário, ela nem de Crepúsculo gosta. Matutei mais um pouco sobre o assunto, mas acabei por deixá-lo de lado. A minha opnião não mudaria em nada. Resolvi tomar banho.

Como a resistência do meu chuveiro estava quebrada, fui tomar banho no quarto da minha irmã. Ao entrar, estranhei o fato dela estar deitada no chão fazendo abdominais. Afinal, ela estava há quase duas semanas sem ir para a academia. Fiz cara de pensativo e segui em frente, tudo o que queria naquela hora era só o banho quente. Entrei no boxe e esqueci do mundo do lado de fora. Terminado o banho, me enxuguei, peguei as roupas que havia deixado espalhadas e sai do banheiro. Qual não foi a minha surpresa ao dar de cara com a minha irmã:

- Que porra é essa?! Isso é um cabo de vassoura, né?
- Saia daqui vá.
- Mas você tá fazendo exercícios com o cabo da vassoura.
- Meu filho, vá cuidar da sua vida,vá.
- Minha mãe paga R$120 pra você ir pra academia, tem duas semanas que você não vai e agora tá aí com o cabo da vassoura.
- Doido, saia do meu quarto, me deixe em paz.

Sai, mas dei uma última resmungada antes de fechar a porta:

- Um cabo de vassoura? Puta que pariu!

Pensei:

- Minha mãe deveria ter batido mais forte...

2 comentários:

Luiza disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luiza disse...

Menino, você era um furacão? :O


kkkkkkkkkk