domingo, 4 de julho de 2010

Não precisa ter medo

Semana passada eu tava na praça perto de casa, esperando um táxi pra ir pro forró caju. Eram umas 11 da noite e não tinha um pé de gente na rua, exceto minha irmã e eu.
Passaram-se uns minutos e nós já estávamos agoniadas, com medo de ficar ali, quando aparece um carro de sabe-lá-merlin a marca porque não entendo disso, os vidros com um fumê extremamente escuro, impossibilitando-nos de ver qualquer coisa no banco traseiro. 

O carro parou ao nosso lado, a mulher no banco de passageiro se virou para a porta:

- ‘cês tão esperando táxi pro mercado, é? – perguntou extrovertida.
- É. – respondi secamente, já olhando o motorista e percebendo que ela tava com uma das mãos para a parte de trás do carro.
- Então...é que meu marido tá levando o pessoal, agora assim...é clandestino.

Aí eu já tava tremendo na base; dei graças a Merlin que o bar numa rua tava aberto e segundos antes tínhamos migrado pra esquina. Olhei o motorista que não tinha cara nenhuma de marido, mas sim parecia um marginal. Ele nem olhava pro lado.

- Ah, não, brigada...minha mãe me mata se eu for assim... ^^”
- Ouxe...kkkk “Precisa ter medo não”!!!!
- É, mas eu tenho.

E não fomos.

No táxi, a caminho do mercado, fiquei pensando em como essa não foi a primeira vez que ouvi essa frase e em como tanto esta quanto suas variantes são ouvidas e ditas por aí, geralmente logo antes de algo doloroso ou ruim acontecer.
  
Situação 1: Consultório médico

A enfermeira, médico ou o que quer que seja sempre diz antes de aplicar aquela injeção que nos deixará com o braço doendo por uma semana. “Precisa ter medo não...não vai doer nada” X)
Conclusão 1: Cacete de agulha.

Situação 2: Motel

É a primeira vez da menina. Ela treme feito vara verde. Nervosa a ponto de querer sair correndo pela rua, sem rumo. O namorado, por sua vez, chega pra ela e diz “Tenha medo não, eu vou devagar...”

Conclusão 2: Pobre garota.

Situação 3: Meio da rua

O cara vai passando com o pit Bull e encontra uns amigos. Eles ficam meio receosos ao verem os dentes e a aparência do animal. O dono, por sua vez, solta: “Pode pegar, tenha medo não, é mansinho”.

Conclusão 3: Só não perdem a mão se a ambulância chegar a tempo.

Situação 4: Copa do mundo.

É, ela não podia ficar de fora. E eis o que aconteceu:
(Dunga ao escalar a seleção) – Confiem em mim, eu sei o que to fazendo! Não precisa ter medo, vamos trazer o hexa!
(Jogo das quartas/ Mick Jagger indo com o filho) – Don’t be afraid, kid...dad is with you! (Não tenha medo, filho...papai está com você!

Conclusão 4: Olha eles aí de vooooooooooooooooooooooolta! \o/

2 comentários:

Luiza disse...

kkkkk
Texto maravilhoso Duca! Muito criativo ri demais!

Está mais uma vez de parabéns!!

Diego Felizola disse...

É aquela velha história de só colocar a cabecinha, mas é tranquilo. Segura na mão de Deus e vai.

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Essa de dizer que não precisa ter medo é foda ;P