O mundo já estava girando quando ele entrou no carro. Abriu os vidros, engatou a primeira e saiu cantando penu.
No banco de trás, fazendo par com o vento que entrava das janelas, um saco plástico deu início ao seu balé. Rodopiaram juntos no banco de trás por algum tempo, mas logo se cansaram daquela solidão e passaram para o banco do passageiro.
Ele percebeu a dança no banco ao lado e se virou para acompanhá-la. O saco rodopiou, rodopiou, rodopiou, rodopiou e saiu pela janela. Queria mostrar ao mundo a beleza da sua dança.
Do lado de fora, o vento começou o seu solo e o saco ficou flutuando em linha reta. Para ele, o saco e o mundo continuaram rodopiando, rodopiando, rodopiando e rodopiando, até que tudo ficou estático e o céu manchado de vermelho. As cortinas se fecharam para ele. Uma pena, perdeu o gran finale.
4 comentários:
Nossa, não sei como vc tira essas ideias da cabeça ^^
Gostei da historia e principalmente o final =)
=o**
Além do post em si, como você conseguiu falar tanto de um saco?
Como eu já disse à você, achei muito criativo. Principalmente o título se relacionando com as coisas que rodopiam ao longo do texto, muito legal mesmo.
Acho que o que faz um bom cronista é a capacidade de pegar fatos simples do cotidiano, como um saco plástico sendo sacudido pelo vento, e transformá-los em algo que vale a pena parar para ler.
Diego, você é criativo demais.
aehuheuheuaheuehue
Gostei de você ter transformado um acontecimento "simples" em algo complexo. Achei bem interessante o jeito como você escreveu tudo. (:
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