segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Filas de banco

Não importa a hora do dia ou a agência bancária que você entre, sempre existirá fileiras de cadeiras te esperando. Enquanto o mundo for capitalista, haverá sempre alguém que precise pagar ou receber dinheiro. Até mesmo os caixas automáticos, criados com a intenção de agilizar o processo, têm filas. Entretanto, o tempo que gastamos esperando é precioso. Vivemos uma era de rapidez e velocidade. Cada minuto tem um valor imenso. Então por que as pessoas desperdiçam o delas tentando engajar conversas triviais com estranhos?

Você entra no banco, pega a sua senha e percebe que ainda vai demorar um pouco. Como você é ocupado, procura um lugar que não tenha pessoas do lado para te atrapalhar e senta. É aí que você imagina que, apesar de estar parado no banco, seu tempo não será desperdiçado. Então você pega o seu material para estudar ou o notebook pra terminar as planinhas que precisa enviar para o seu chefe. No exato momento em que você começar, alguém sentará do seu lado e tentará puxar conversa.

Existem inúmeras outras pessoas dentro do banco, mas parece que elas não são interessantes o bastante. É como se você tivesse um gigante e luminoso letreiro preso às costas que convidasse os a vir conversar. E não adianta você fingir que não está ouvindo ou dizer que está ocupado, mesmo que você esteja com fones de ouvido. São brasileiros, não desistem nunca e sempre começam com coisas óbvias como a demora no atendimento ou a situação do tempo na cidade. Às vezes te cercam e começam a debater com você ali no meio tentando se concentrar. Param apenas para perguntar a sua opinião. Você, derrotado e já sem paciência, cede.

A conversa que você entra pende sempre para um desses assuntos: futebol, economia ou televisão. Afinal, somos uma nação de técnicos preocupados com o preço do feijão e com a vida dos outros. Só há um jeito de escapar que é um dos dois ser atendido. Ela ainda se despede como se fosse amiga de infância e você retribui com aquele sorrisinho amarelo. Para a sua felicidade, vocês não se encontrarão de novo, mas outra pessoa estará lá para substituí-lo com a mesma ladainha.


7 comentários:

Augusto Felizola Garcez disse...

por mais que tente esquivar-se da conversa ... esse tipo de pessoa é malabarista .

Uma frase que normalmente em ouvidos normais soaria como : " Não estou pra papo, amigão" no ouvido dessa gente soa tipo : " Gosto muito de conversar com vc " ...
kkkkkk

Luiza disse...

Bom mesmo é ter um pai que trabalha no banco e sempre furar a fila (: Evita tudo isso!!

Dilma Tavares disse...

Diego filhão, veja o lado bom das coisas: esse tipo de pessoa te ajuda na elaboração de textos novos e maravilhosos. E olhe que não é apenas nas filas dos bancos que elas existem.
E que venham as pessoas indesejáveis.

Duca disse...

A minha mãe é a típica pessoa que puxa papo!!! kkkkk
E eu sou aquela que olha pra pessoas conversadora e faço "É...", "Hum", "Anham"...até ela cansar ou desistir!!

Odeio filas!!!

Bruna Tavares disse...

Ninguém merece fila de banco. O pior de tudo é saber que você vai encontrar gente assim em todo lugar!

Celeste disse...

Isso tem muito cultural, regional e etário... quer ver?

Os mais jovens tem tudo a uma velocidade muito grande devido a utilização de mais tecnologias (eu por exemplo faço tudo e mais um pouco pela net), falta paciência para fazer as coisas a moda antiga, parece uma eternidade...

Os mais idosos não se importam de ir ao banco por que têm preferência nas filas e não confiam nessa tal internet, mas por outro lado são extremamente carentes e necessitados de atenção que os jovens não tem tempo para dar, muitos andam de onibus e vão a bancos só pela oportunidade de conversar com alguém...

Cultural: os mineiros adoram um dedinho de prosa... e mentira é o que não lhes falta para contar... tem gente (eu já vi) que sai da fila do banco depois de atendido e continua a conversa lá fora... risos

Diego Felizola disse...

kkkkkkkkkkkkkk Ressaltou muito bem agora,Ceu. No futuro,muito provavelmente,não terei esse pensamento que tenho agora. Pelo contrário,vou é aproveitar a minha preferência na fila.