quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Apenas mais uma de amor (13)

Nasceu um romântico e assim continuaria até o final dos seus dias. Não por escolha ou experiência próprias. Estava no sangue da sua família. Do pai até o pai do pai do pai... Todos foram maridos para esposa nenhuma botar defeito, mas o destino o pregara uma peça. Seus ancestrais viveram em tempos diferentes. As ideias e as mulheres eram outras. Quando chorou pela primeira vez, o mundo já era um lugar hostil e a sua espécie estava em extinção. Pregava então o destino uma nova peça. Herdara uma mutação daquelas que só aparecem de tantas em tantas gerações. De caça, passou a caçador.

Os pais perceberam logo cedo que o menino era único. Sua primeira palavra foi bejo e com ela conquistou beijos de todas que o pegavam no colo. Deu seus primeiros passos quando tentava colher algumas flores para as primas no quintal. Os tios riam das travessuras do moleque, mas o pai pensava de outra forma. Quem tivesse suas cabritas que prendesse, não seria ele que desistimularia o filho. Mas foi na escola que a sua lenda teve início. A primeira coisa que fez ao aprender a escrever, foi uma carta para cada coleguinha e uma especial para a professora. Foi nesse dia que surgiram as primeiras fãs e os primeiros amores platônicos. E ele só estava começando.

Dos corações que arrebatou, todos amou. Alguns por dias, outros por meses e raros por anos. Partiu e teve o seu partido todas as vezes. Ao menos foi eterno com cada uma que se apaixonou. Fez surpresas e mais suspresas, sem nunca esquecer datas especiais ou trocar nomes. Foi sempre bem recebido pelas sogras e ficou tão amigo dos sogros que ainda se reunem para assistir o jogo. Escutava sempre dos ex-sogros que eles ainda eram jovens e que o destino sabia o que estava fazendo. Se não deu certo foi porque não era pra ser e só não era pra ser porque o seu defeito era amar todas ao mesmo tempo. E que culpassem o destino por tê-lo feito daquele jeito.

As coisas eram muito fáceis. Mulheres têm um fraco por romantismo e ele sabia. A maioria desejava um homem carinhoso e atencioso do lado. Mesmo que isso significasse dividí-lo com outra. Já ele desejava obter novas conquistas. Foi atrás de mais um sim que escutou o primeiro não. Não quero, não vou com você, não venha atrás de mim, não apareça mais na minha casa. Largou todas para ir atrás dela. Mostrar que poderia ser bom se assim quisesse. Estava apenas esperando ela chegar. Alguém que não queria conquistá-lo, mas sim deixar-se conquistar. Nascera um romântico e assim continuaria até o final dos seus dias.

7 comentários:

Diego Felizola disse...

P.S.: qualquer semelhança com a realidade não passa de mera inspiração.

Bruna Tavares disse...

Adorei o texto, achei muito bem escrito e envolvente. Um verdadeiro Don Ruan hein =)hihi

Diego Felizola disse...

Pra vir com comentário assim é porque já não gostou u.u

Bruna Tavares disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Bruna Tavares disse...

Bijou, nada disso! Assumo que não te acho um Don Ruan realmente. Isabelle sempre diz que você é um verdadeiro Vinicius de Moraes e eu concordo com ela. Só acrescento que você consegue ser melhor que um dos maiores boêmios brasileiros. E digo que você é melhor porque você é MEU! =)

Rafa Gasparotto disse...

Nunca tive coragem de ler nenhum post do "Apenas mais um amor" hoje resolvi arriscar...kkkkkkkkk Acho que devia ter ficado na vontade! Muito bom.

Diego Felizola disse...

Poxa,a série "Apenas mais uma de amor" é uma das minhas favoritas aqui do blog. Até porque todo mundo tem a sua,mas que sempre tem partes parecidas com a de alguém.

No mundo em que vivemos, onde as pessoas procuram destacar as diferenças dos outros ao invés de lembrar o que temos em comum,mostrar que todos passamos por situação parecidas e que nos identificamos,é o meu jeito de combater as diferenças.

Acho que viajei muito agora kkkkkkkkk