Viu sua mãe se matar aos poucos durante os seis anos que ficaram juntas. Muitas vezes com a sua ajuda. O prêmio de melhor filha do mundo era dela, quando obedecia e saía para comprar droga, mas dormia com manchas pelo corpo quando brincava na rua até mais tarde. Entretanto, mesmo na sua dicotomia, tinham seus caprichos juntas. Mesmo assim, não foi o suficiente. Era muita dor para pouco sorriso, muita regra para pouco exemplo. Quando ela deu o último suspiro, chorou por ter ficado feliz.
Venceu a roda do destino e contrariou Sartre. Rolou para longe da árvore para mostrar ao mundo que é possível ter um começo difícil e ser diferente. É fato que sentia sim a necessidade de ser protegida, mas não queria por compaixão. Não precisou da piedade de ninguém antes e não seria agora que iria implorar por cuidados. Tornou-se tenaz porque a vida assim a fez e ensinou a ser. Venceria o que quer que fosse.
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Ali sentada, esperava para tatuar na pele aquilo que a vida já tatuara na carne:
Veni.
Vidi.
Vici.
Um comentário:
não sei porque vc passou tanto tempo em escrever..
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