quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Viva la revolución

A faculdade é um lugar intrigante. Você encontra pessoas de todos os tipos e das mais diversas tribos. É inevitável. Você pode escolher em que horário você vai pegar tal matéria, mas não pode escolher quem vai dividir a sala com você. Dessa forma, acaba convivendo e conhecendo pessoas que você nunca imaginou conhecer. Hoje, conheci inúmeros socialistas. Não por vontade própria.

Após ter almoçado, quando voltava para a UFS, recebi um folheto do PSOL. Partido esse que nunca levei a sério e continuei sem levar. Ao lado deles, três belíssimas mulheres entregavam panfletos do show de amanhã. Peguei ambos e joguei-os na lixeira mais próxima que encontrei. Ela já estava praticamente lotada com os folhetos do partido. Segui em frente e fui para a sala, a tarde estava apenas começando.

Depois de três aulas que, para ser bem sincero, custaram a passar, segui para a didática um para assistir a última aula e ir para casa. Ao chegar na sala, dei de cara com dois alunos carregando uma cadeira cada. Dei passagem para os dois e entrei numa sala com apenas metade das cadeiras. Assim que entramos, entrou outro cara perguntando se ali iria ter aula. Respondi que sim e disse que iríamos precisar das cadeiras. Ele apenas saiu e foi pegar cadeiras de outro lugar. Nem pediu desculpas pelas que já tinha levado. No peito, estava colado um adesivo que dizia em letras maiúsculas: PLÍNIO 50.

Sai da sala e fui atrás do cara. Ele estava reunido com outros estudantes e alguns professores do lado de fora da didática. No gramado, estavam duas mesas e, ao redor delas, as cadeiras que haviam tirado da minha sala. Pouco a pouco, as pessoas foram se acomodando. Pouco depois, uma mulher tomou o microfone e teve início a reunião:

- Companheiros, peço àqueles que ainda não assinaram a lista aqui presente para que se dirijam aqui à mesa para assiná-la. Bom, hoje falaremos sobre os problemas da faculdade. Problemas que vocês já estão acostumados como por exemplo: falta de professores nas salas, precariedade das instalações...

Da porta da didática, eu retruquei:

- E na minha sala que tem professor, tem quadro, tem giz, tem aluno e não tem cadeira porque vocês levaram, faz como?

Graças à Deus, eles não escutaram.

Foi aí que eu finalmente entendi a essência do socialismo. Não tinha maneira mais prática de entender como ele funciona. É óbvio que tinham cadeiras a mais na sala, mas eles não sabiam quantas, portanto, não poderiam pegar. Pegaram mesmo assim. As cadeiras que eram nossas, naquele momento, foram tomadas e repartidas entre eles. Para, logo em seguida, eles criticarem a falta de condições, material e professor na sala de aula. Sentados no que antes era nosso. E ainda acham que algum de nós iria votar neles. Vamos todo mundo voltar pra sala estudar que é o melhor que fazem?

No fim das contas, atrapalharam a aula na metade para devolver parte das cadeiras. E viva la revolución!

2 comentários:

Luiza disse...

eeeeeeeeeeeeeeeeuuu ri demais!

Essa semana minha colega pediu pra eu votar em um amigo dela para estadual:

-Qual o partido dele?
-PSTU.
-Não voto em socialista.

Ela ainda tento um por que, mas depois desistiu...

Duca disse...

Plínio é número 50, não??!?

Enfim...oi Diego!! ^^

Tô sem pc, por isso sumi daqui, mas vou ler tudo hoje!!

=*