segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Apenas mais uma de amor (5)

Ela esperou que eu virasse para me acertar a nuca com o secador de cabelo que estava em sua mão. Depois disso, minha visão escureceu.

Quando abri os olhos, a minha visão ainda estava um pouco turva. Tentei coçar os olhos, mas as minhas mãos estavam amarradas, bem como os meus pés. Estava atado à cadeira da cozinha que, por sua vez, não estava atada à mesa. Ela estava lá embaixo, no porão, e ambos estávamos debaixo de uma fraca luz. Aos poucos, suas pernas começaram a surgir da escuridão. Quando apareceu por completo, segurava um alicate na mão esquerda e um soco inglês na direita. Tentei argumentar e nada. Ela veio na minha direção rebolando, como quem não quisesse nada, e me acertou um direito no queixo. Preferia ter desmaiado com o primeiro.

Quebrou-me dois dentes com o primeiro, mais quatro com o segundo, não me deu nem tempo para cuspir os pedaços. Com o terceiro, ela terminou de quebrar os dentes da frente. Pelo menos o sangue que estava me deixando sufocado, caiu todo na camisa. Me perdoa, me solta agora que eu esqueço tudo isso. Ela realmente me soltou, mas não sem antes quebrar os meus joelhos. Cai no chão assim que ela cortou as cordas.

Ela me rodeou como um gato a rodear um rato. Um gato que sabia que a presa já estava com as horas contadas. Parou perto dos meus pés e se ajoelhou. Acaricou-os por um instante e arrancou a primeira unha. A partir da sétima, o meu corpo não sentiu mais nada. Ela se levantou e sentou sobre o meu peito. Tentei olhar para os seus olhos e arrancar um pouco de clemência. A única coisa que ela me deu foi um soco que deslocou o meu nariz. Sentou sobre o meu peito e arrancou as unhas das minhas mãos. A voz não saía mais da minha garganta. A forma que ela apertou o meu pescoço para abafar os meus gritos, contribuiu, mas não foi por isso que fiquei sem voz. Simplesmente não tinha mais forças. Ela levantou-se e afastou as minhas pernas com os pés. Voltou para a escuridão e voltou com um taco de golfe. Apontou-o para os meus testículos e o ergueu acima da cabeça. Desceu com toda a sua força e eu apaguei.

*

Míseros quinze segundos haviam se passado entre a primeira piscada e a segunda. Meu olhar ainda estava vago e fixo no mesmo ponto: sua cintura. Repetiu a pergunta:

- E então, você acha que estou mais gorda ou não? - dessa vez, com uma leve pitada de raiva adicionada.

- Você deve estar vendo coisas, meu amor. Até estou te achando mais magra. Continua com aquele mesmo corpinho de vinte.

Verdade, menti, mas escapei de conhecer o Diabo de salto alto.

2 comentários:

Luiza disse...

Uuuuiia!

Quase não consigo ler o testo, tenho tanta agonia dessas torturas! Só continuei pra saber o final!

hauahhahauhua

E ai, você acha que eu estou mais gorda?

kkkkkk

Bruninha disse...

preciso nem falar nada sobre as caras que fiz enquanto ia lendo o texto né?! você tava aqui em casa e viu tudo! aushuahsuah
pegou pesado nesse hein meu bem!
ficou muiitoo bom :D hahaha

bj