Lembrou das conversas, das brigas, dos gostos compartilhados. Se soubesse que as coisas chegariam a esse ponto, teria pelo menos agradecido. Parou pra pensar em quantos melhores amigos ou amigas já tivera. Pessoas que não tinha sequer notícias. Uns mudaram de colégio, outros foram embora. Tiveram aqueles que se afastaram aos poucos e os que discutira. Sorriu. Quantas pessoas não o odiavam? Faz parte. Um dia você concorda, mas no outro discorda da pessoa. Mesmo assim, cada uma dessas pessoas era responsável por quem ele era hoje. Não tinha arrependimentos.
Tinha vontade de ir lá, dizer que sentia falta e que as coisas não eram mais as mesmas sem ela, mas não era verdade. A gente acaba aprendendo a viver sem. Continuamos evoluindo, mudando. É assim que as coisas devem ser. Todo estímulo, não importa sua natureza, provoca alterações. As pessoas que entram na nossa vida saem deixando um pedaço de si. Quantos existem dentro de você? Quantos ainda surgirão para adicionar peças a esse quebra cabeça? Pedia apenas para que, ao final, as memórias fossem boas. É, até que mudar não era tão ruim assim.
*
Foi até ela, sorriu e disse:
- Obrigado por ter despertado o escritor em mim.
Foi embora sem olhar para trás.
Foi embora sem olhar para trás.
Um comentário:
Todas as pessoas que conhecemos ao decorrer da vida nos modifica de alguma maneira... mesmo sendo aquela pessoa que nunca nos demos bem... ela nos ensina a não sermos cometermos os mesmo erros que ela.
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