terça-feira, 19 de abril de 2011

Tempos de escola - Bullying

Na quarta série, hoje quinto ano, eu era um menino franzino e magrinho, assim como boa parte dos meus colegas. Entretanto, alguma coisa saiu muito errada no final daquele ano que eu voltei para a quinta série mais cheinho e com as bochechas mais arredondadas. Assim fiquei até a oitava série, quando comecei a gostar de uma colega e emagreci por vaidade.

Naquela época, primos, amigos e até mesmo o meu pai, me sacaneavam quando tinham a oportunidade. Nunca cheguei a ser obeso e nem fiquei muito acima do meu peso, mas isso não importava muito. Pros meus amigos eu estava em fase de crescimento lateral, para as minhas tias eu estava fofinho e, pro meu pai, gordo só prestava boi e vaca. Assim como eu, vários outros passavam pela mesma coisa diariamente. Ninguém nunca foi agredido fisicamente por ser diferente e, até onde eu saiba, ninguém teve danos psicológicos. Pelo contrário, de tanto me encherem o saco, emagreci e emagreci até mais do que o necessário, mas coisas mudaram e até a brincadeira mudou de nome. Virou até crime.

Não acredito que as coisas tenham mudado muito desde o meu tempo. Meu irmão mais novo passa pelo mesmo que passei e com um bônus: eu. Ao invés de ficar trancado dentro do quarto chorando deprimido e escutando restart enquanto pensa em matar metade da família, ele vai pra escola e se diverte como toda criança normal. O problema não está nas relações entre as crianças, mas nas relações entre pais e filhos:



Pais superprotetores estão arruinando geração atrás de geração. Eles tomam as dores do filhos e controlam tudo que eles fazem. Se a criança briga com um amigo, a amizade tá proibida. Se botarem apelido nela, tem que contar pra "tia". Será que não percebem que isso só piora? Eles sempre se resolvem entre eles, e, se não se resolverem, aí sim deve ser procurada a ajuda de um adulto. Tanto se entendem que, na primeira série, briguei com um colega que hoje é como um irmão pra mim. Foi o meu pai que me ensinou as duas regras básicas de sobrevivência que me levaram, sem traumas, até a sexta série:
  • Nunca arrume confusão.
  • Nunca volte apanhado pra casa.
Era olho por olho e dente por dente, mas pelo menos a gente brincava em paz.

2 comentários:

Belinha disse...

Acho que compreendo melhor os vídeos desse George Carlin agora Diego.Antes eu achava totalmente sem noção. Mas agora vejo que tem alguma coisa que ele fala é coerente, mesmo com tantas críticas que eu não concordo.
Você tem razão, tudo agora é bullying...

Diego Felizola disse...

Os vídeos dele são todos polêmicos, mas a gente tem que ver também que ele era um comediante e que tinha que exagerar um pouco e até fazer piadas que seriam consideradas ofensivas para algumas pessoas.

Quando eu assisto um vídeo dele, não concordo com tudo. Trago o vídeo pra mostrar opiniões um pouco parecidas com as minhas só que expostas de uma maneira diferente.

Brigadão Belinha por participar aqui no blog. Ainda estou devendo um post sobre aquele seu outro comentário, deixa só arranjar mais tempo ;)